19h16. Parece que meu padrasto começou a montar a TV da
sala, o que significa que dentro em breve serei chamado para carregá-la. Queria
que o meu amigo da piscina me contatasse. Acho que vou publicar o outro post em
um blog capilar, não sei. Ou este, visto que no outro pelo menos há mais
conteúdo. Esse não vejo como vá preencher com algo significativo. Então acho
que vá para um dos blog capilares. Nossa, como não queria mexer nessa TV. Mas é
inescapável. Como o é o encontro com o meu tio. A vida, ah, a vida. Detesto
qualquer coisa que perturbe a minha tranquilidade no quarto-ilha. Mas se são coisas
que podem vir para o bem que venham. Nem que seja o bem do outro. Se são para o
bem estão valendo.
19h29. Carreguei a TV e agora duvido que consigamos botar de
novo na caixa. Aparentemente os parafusos estão faltando. Bom, fui dispensado
momentaneamente, então deixo a batata quente nas mãos do meu padrasto. Talvez
seja convocado para recolocar na caixa. Espero que não. Mas isso é um assunto
fútil até para mim. Como estou e me sinto num blog capilar vou escrever o que
me der na telha. Até agora o destino do meu livro está nas mãos do meu tio. Há
que se limar os dias desnecessários, mas eu julgo que limei tudo o que podia do
texto. Talvez estivesse muito apegado ao material. Pode ser que a minha amiga
revisora identifique dias que possam ser retirados. Sei lá. Estou meio sem
assunto. Vontade de fumar um cigarro. E receber a minha carteira de hoje. Mas
vou esperar o negócio da TV se resolver. Acho que tirarei a dedicatória ao meu
tio. Acho que ele não iria querer e acho que meu livro deve ser publicado
porque meritório, mas por peixada serve. Desde que por uma editora que tenha
boa distribuição. Como acredito que a Cepe tenha. Meu sonho é entrar na
Livraria Cultura e ver meu livro lá para vender. Com prefácio de Raimundo
Carrero. Hahaha. Sonhar não custa nada. Há um fio de esperança de coisa assim
se dar mais é uma probabilidade tão pouca que é o mesmo que impossibilidade.
Acho que o livro vai acabar nunca sendo publicado. Passarei essa existência em
branco, a não ser pelo Jornal do Profeta e dos blogs capilares. Isso me
entristece um pouco, sabe? Ter uma obra com começo meio e fim, única em seu
conteúdo, polêmica, sincera, talvez impactante, e ela não ver os olhos dos
leitores. Publicar como blog? Nem a pau! Ou é em papel ou nada feito. Então
acho que nada vai ser feito. A não ser a revisão. Que paguei a uma pessoa que
confio integralmente para fazer. Espero que ela dê uma cara de livro ao “Diário
do Manicômio” como chamo a minha obra. Eu com ela. É claro que ela não vai
fazer nada sem a minha anuência. Embora queira outorgar-lhe poderes de editora.
Não sei se ela vai aceitar. Espero que sim. Eu sei que terei que ler o livro de
novo e sei que não tenho o mínimo saco de fazê-lo. Eu acho que essa história de
livro é um sonho infantil da minha parte. É, me batem o desânimo e a descrença de
uma hora para a outra. Quero crer que porque deu um trabalho enorme e por ser
situado num manicômio privado tenha algum valor, pelo menos documental. Não
sei. Acho que nem isso. “Landlady” do “Songs of Experience” do U2 toca. É uma
música que me é muito querida. Muito preciosa. Lembra liberdade. Quer algo mais
precioso? Mandei o meu livro para Raimundo Carrero ler, ele pediu que o
enviasse, mas nunca me deu resposta, mas faz pouco mais de dez dias que o fiz.
Talvez tenha que ter um pouco de paciência. Talvez não receba nunca resposta.
Sei que receber a bênção de Seu Raimundo seria a coisa mais significativa que
poderia acontecer pela minha obra, além da publicação de fato, desde que não
fosse uma publicação paga do meu bolso para satisfazer o meu ego. Não quero
isso, pois isso não satisfaria o meu ego. A aprovação de Raimundo Carrero
validaria a minha obra, satisfaria o meu ego, mas eu não tenho a mínima convicção
de que ele vá ler. Estou na expectativa e não lido bem com expectativas, fico
ansioso. Demais. E posso acabar trocando os pés pelas mãos. Só há duas
possibilidades: ele me responder e ele não me responder. Se ele não me
responder nunca saberei o que achou da obra. Se ele me responder pode ser uma
resposta negativa ou positiva. Eu prefiro a segunda opção, mesmo que ele diga
que a minha obra não tem qualidade para virar livro. Que é o que acho, que é um
texto medíocre. Mas tanta coisa medíocre é publicada. Sei lá. Queria muito
saber qual é a de Raimundo Carrero. Isso tem me corroído os miolos. Mas o
negócio é esperar até a revisão final, como venho me prometendo e espero que
cumpra. Eu sou danado para descumprir o que prometo. Espero tanto que ele leia
e goste. Raras vezes desejei tanto uma coisa. Especialmente nesses últimos
anos. Ah, desejei muito a presença de Aurora. É uma personagem do livro, inclusive.
A grande fonte da polêmica que o livro vai gerar. Se pudesse pedir a Deus uma
coisa, juro que queria uma resposta positiva de Raimundo Carrero. Mais do que o
meu outro sonho? Empatado. Não dá para me decidir qual dos sonhos é maior. Já
sei porque a ansiedade, porque fico esperando um e-mail de resposta como quem
espera uma resposta do WhatsApp. Ou no ritmo dos e-mails trocados em
publicidade. Mas ele é escritor, gera em outra rotação. E o meu livro é
caudaloso. Isso, é com pensamentos assim que domo o monstro da ansiedade. Acho
que o prazo ideal seria mandar um e-mail quando a primeira fase da revisão
ficar pronta. Pois, se deu tempo para a incrível revisora revisar o português
de todo o texto, deu tempo de ele ler também, eu suponho.
20h48. Fui acabar de colocar a monstruosa TV no lugar.
Raimundo Carrero não me sai da cabeça. Mas não adianta ele ficar na minha
cabeça. Ele pode estar com a cabeça em canto outro e ter simplesmente
dispensado o meu texto. Não tenha visto nada demais na narrativa. Como queria o
inverso disso. Que ele estivesse lendo e lapidando o que escrevi. Seria o
máximo dos máximos. Um texto revisado por Raimundo Carrero. Ou pelo menos com
um prefácio dele. Acho que isso talvez me abrisse alguma porta. Se ele se
interessar realmente pelo texto pode até mandar para o seu editor. Acredito que
tenha um. Mas já estou delirando aí. O que acho em verdade é que o assustei com
os meus e-mails. Sei que cada dia sem resposta é um dia de esperança e
sofrimento. Mais sofrimento, bem mais, do que de esperança. Aliás acho que é a
esperança que dói, lateja. Se não tivesse esperança nenhuma, não estaria tão
ansioso. Estaria já satisfeito com a impossibilidade. Acho que o prazo da
revisão primeira da minha amiga seja tempo mais do que suficiente para que ele
leia. Quem sabe não receba resposta antes disso. Seria um sonho. Queria que ele
me respondesse hoje, agora, mas a vida não segue na velocidade que esperamos,
geralmente ou passa muito rápido ou demora demais. E, no caso de Raimundo
Carrero, ele se arrasta. Será que ele faz clipping de notícias? Se fizer vai
findar por achar esses escritos que mencionam o nome dele. Será engraçado se
não fosse tétrico. Mas teria uma ideia exata de como me consome o seu silêncio.
E me consome deveras.
21h03. Pela comunicação dá a entender que ele vai ler. Só não
fica claro se vai me responder. Não sei. Ler e não responder é ozzy. “Landlady”
volta a passar. Ela é citada no livro, inclusive. Mas isso não é um grande spoiler, fique tranquilo. Aliás, o livro
tem tudo para não ser. E tenho que me conscientizar disso. Não nasci escritor,
não sou escritor, apenas escrevo incansavelmente. Todos os dias, enquanto estou
desperto escrevo, com breves interrupções para necessidades básicas como
cigarro, alimentação, banheiro etc. E olhe que fumo pouco desde que aderi ao
cigarro eletrônico. Hahaha. Não sei se falei do meu tio. Foi para quem primeiro
mandei o livro. Ele disse que acabou de ler ontem ou anteontem e se disse
impactado pelo conteúdo. O que achei bom sinal. Por mais que eu ache que ele
está mais impactado pelo aspecto Aurora do texto. Espero que não, espero que
pela coisa toda do manicômio também. Sei lá, conversarei com ele na terça.
Acreditei que ele tivesse o poder de me fazer publicado pela Cepe, mas agora
não acredito que vá me ajudar de nenhuma maneira. Não sei. Só posso torcer.
Terça será um dia singular para mim. Estou sem muita esperança. E acho que me
comprometi a fazer layouts para ele. Ainda por cima isso. Queria que meu amigo
da piscina me chamasse para descer, mas acho que já ficou tarde para ele. Mesmo
assim darei o toque quando o casal se retirar. Ou não. Dei o toque. Se ele
responder bom, se não responder, bom também. Não vai fazer a tremendamente
enorme diferença entre ter e não ter a resposta de Raimundo Carrero. Seu
Raimundo, se o senhor achar essa mensagem, por favor tenha piedade do meu
coraçãozinho, responda algo para mim, nem que seja para dizer que o texto é uma
merda. Que eu sou um pervertido mau-caráter. Qualquer coisa, só me tire da
vacuidade surda do silêncio cibernético. Hahaha. Como se ele fosse achar isso.
Não deve perder tempo com clipping ou coisas menores como essas, tem mais com o
que se preocupar. Eu que não tenho preocupação nenhuma a não ser a validade da
minha obra, é que me preocupo demais. A vontade que tenho é mandar outro e-mail
para me aliviar, mas sei que de nada adiantaria. É esperar para ver. Não tenho
muito mais o que fazer a não ser me lamuriar. E agora espero a validação do meu
tio também, que não sei se servirá de alguma coisa. E há ainda a incrível
revisora que, meu deus, vai me achar igualmente um pervertido mau-caráter. Só
que ela é namorada do meu primo, o que torna a situação inconveniente. Se eu
por um milagre do destino/acaso for realmente publicar o meu livro, precisarei
abrir o jogo para as minhas amigas psicólogas. Vai ser difícil, mas vai ser o
mais certo a fazer. A ordem menos imoral das coisas se darem. Nossa, esse livro
vai ser a minha ruína social. Será que isso vale o preço de realizar o meu
grande sonho? Boa pergunta. Que na minha cabeça já está respondida. E a
resposta é um grande sim. Mesmo que eu perca amigos preciosos, eu quero me
realizar com a única coisa que sei fazer de mais ou menos, escrever. Ser
polêmico, tocar em certos pontos sensíveis da sociedade infelizmente é uma das
características do meu livro. Por que seu Raimundo demoraria tanto a me
responder? Ou porque gostou ou porque não leu. Não sei e nem saberei até mandar
o próximo e-mail para ele. Como seria fundamental para a minha vida a sua aprovação.
Eu nem precisaria publicar. Mas aí bancaria uma produção própria. O que ele não
poderá negar é que fui absolutamente sincero. Não sei se isso é uma qualidade
literária, mas é uma qualidade do meu texto. Um bom slogan. “Se você tem a
mente fraca, não leia.” Vou anotar no meu arquivo de títulos para as tarjas que
planejo, numa suposta publicação na qual tenha o mínimo de controle, sugerir
que produzam. Diagramei inclusive a capa do livro tendo isso em vista, essas cintas
envolvendo o livro com frases provocativas. Querem ver a cara que dei a ele?
Ei-la.
Viu que o título ficou lá embaixo? É para caber as cintas no
meio. E acho que ficou com um equilíbrio legal. Não dá para sacar, mas a capa é
um azulejo rachado. Mas fica entendido para mim que é o que importa, assim como
minha cor favorita, dos tempos em que pintava, é laca gerânio, por isso a cor
das letras e lombada. Tudo faz sentido para mim, mas acho que se for para uma
editora de verdade, eles farão a própria diagramação. Nossa, como a esperança
de que Seu Raimundo goste e me dê um retorno positivo me põe ansioso. Escrevo
isso para desabafar tal tensão. E ficarei me repetindo mesmo, porque aqui é um
blog capilar e ninguém vai ler isso. Outra “Tão sincero que fere.” Vou colocar
para a incrível revisora revisar e me dizer quais as cinco prediletas dela. As
que chamarão na opinião dela mais atenção do público. Acredito que as mais
polêmicas sejam mais chamativas. Embora gostes dessas duas últimas, especialmente
a da sinceridade. Não pode dar mais de duas páginas porque eu paguei por 234
páginas e no arquivo só há 232. Hahaha.
21h57. Vinte e oito graus, hora de ligar o ar. Sabe qual foi
o delírio que me veio agora, os meus amigos mandarem e-mails para Raimundo
Carrero pedindo que ele revise a obra. Coisa mais absurda! Hahaha. Ficção pura,
pois nunca pediria isso e eles nunca fariam. E Seu Raimundo iria ficar muito
puto. Hahaha. Só me resta esperar, queria ser capaz de desistir de ter
esperança, mas não consigo. Ainda acho que ele vai me responder e, quiçá, fazer
sugestões acerca do texto. Não sei, fui ceder ao meu aperreio e mandar um
e-mail descabido para ele. Totalmente dispensável, ele pode ter ficado
assustado e desistido de revisar o meu livro. Sei lá. Que ozzy, deveria ter
dado tempo ao tempo. E é o que farei a partir de agora. Quando me avexo só dá
em merda. Deixa eu ver quanto tempo o meu tio passou para ler. “Landlady” uma
vez mais. Não sei ver porque não mandei pelo e-mail. Ou mandei. Só sei que não
acho na minha caixa de entrada. Óbvio, jumento está na sua caixa de itens
enviados! Burro!
22h19. É, meu tio levou mais de um mês para ler. É de se
esperar o mesmo de Seu Raimundo. Agora relaxei. O máximo que consigo relaxar.
Mas foi uma relaxada boa. Me sinto bem melhor. Enviei 12 de abril ele só foi
terminar ontem. Ou anteontem. Sei lá. Bem, depois de cerca de um mês. Então não
devo esperar nada de diferente de Raimundo Carrero. E eu querendo uma opinião
em quatro dias, veja só. Isso é porque eu revisava o texto em dois dias, mas só
fazia isso e tinha o livro meio que na cabeça. Vou fumar um cigarro para
celebrar essa constatação.
22h27. Nossa, que alívio. A possibilidade de Raimundo
Carrero estar lendo a minha obra é real, só ter paciência, que agora foi
sensivelmente esticada. Para um prognóstico mais realista. Se ele vai gostar,
não sei. Mas a esperança está viva. E eu estou mais calmo. Estou apreensivo
agora é com o encontro com o meu tio. Se pudesse desistir, desistiria. Mas
terei que ter um pouco de hombridade e encarar. Usarei a arma que melhor me
serviu na vida, a sinceridade. Tomara que ela sirva para encantar Carrero, como
costumam chamá-lo e como se autodenomina. Prefiro Seu Raimundo, entretanto. Ia
escrever uma mentira dizendo que só enviarei um e-mail quando ele me responder,
mas não sei se tenho autocontrole suficiente. É bom eu arrumar porque acho
sinceramente o mais sensato a se fazer, se passar seis meses e ele não me
responder sei que não deu em nada. Não adianta atazanar o bom velhinho. Deixa
ele viver a vida dele. Se quiser ele lê, senão, não lê. Aí terei que procurar
aprovação outra. Mas a dele seria o suprassumo. Seria minha realização como
escritor. Tomara, meu Deus, tomara. Tudo a seu tempo ou no tempo Dele. Desculpe
apelar para o Senhor, mas Vós sabeis o quanto isso é importante para mim.
Aliás, não acho justo apelar para Vós, pois se acontecer eu não acreditarei em
Vossa existência. Então que ajude aqueles que verdadeiramente acreditam no
Senhor e são boas pessoas, o que não é o meu caso em nenhum dos âmbitos.
22h43. Deixar a teologia de lado e me dedicar ao aqui e
agora, ao relaxamento de saber que o meu tio levou um mês para ler. Afinal,
queira ou não queira são 232 páginas de Word em Calibri corpo 11 sem pular
páginas, com um parágrafo emendado no outro. É uma leitura grande. Será que meu
pai dizia que “Os Sertões” era o livro brasileiro mais bem escrito por ser
hermético? Boa pergunta, para qual nunca saberei a resposta. Sei que comecei a
ler e achei um saco. Vai ser curioso se Raimundo Carrero me responder sobre a
minha obra e eu nunca ter lido uma obra dele. Chega a ser acintoso, mas o fato é
que não gosto de ler. Eis a verdade toda dita. Só me compraz escrever. Escrever
me preenche a alma de uma forma ímpar. Mesmo que só escreva asneiras como esse
texto. Que por sinal está muito mais gostoso de escrever depois de um dado de
realidade sobre quanto tempo uma pessoa ocupada leva para ler o livro. Estou
bem mais calmo. Tenho que confessar uma coisa, queria muito que mamãe
desistisse da viagem. Será excruciante para ela por causa do joelho e ela não
vai ter mobilidade quase nenhuma. É melhor que se submeta à cirurgia o quanto
antes, se for mesmo o caso, para que, sanado o problema, possamos viajar com
muito mais tranquilidade. Ela apareceu aqui agora, mãe tem sexto sentido.
Ademais não queria ir para essa viagem de jeito nenhum com tanta coisa
acontecendo na minha vida. Tanta coisa que digo é a movimentação em torno do
livro apenas. E talvez o projeto do meu amigo cineasta a meu respeito. Não
queria ir e pronto. Eis novamente a verdade. Não gosto de viajar. Menos ainda
com mamãe mal podendo andar. Não é legal. Mamãe falou da paella e fiquei com vontade de atacar. Estou com uma fome razoável,
o coquetel de remédios que eu tomo me dá fome. Acho que detonaria o que sobrou
do prato todo, mas terei que divisar outra coisa para comer. O quê, eu não sei.
Nossa, estou apreensivo sobre o contato com o meu tio. É algo que me acomete
agora toda vez que tenho um encontro social e é um saco. Amanhã tem terapia,
momento de botar essa apreensão para fora e disseca-la um pouco. Vai ser bom.
23h13. Meu padrasto me mostrou imagens em 4K, não percebi
muita diferença de Full HD, mas naquela tela enorme ter aquele grau de nitidez
impressiona. Mas se fossem perguntar para mim, é uma diferença quase
imperceptível. Espero que continue sendo, pois a minha TV é Full HD e se tiver
que assistir algo será nela. Ainda terei que tomar banho hoje como demandado
pela minha mãe. Seu Raimundo ainda me assalta o juízo, mas de forma mais
relaxada. Acho que vou comer dentro em breve. Quero ver para que blog capilar
enviarei isso. Essa grande inutilidade textual. Como são todas as que produzo.
Pensar assim me deprime, mas até que me provem o contrário sou um blogueiro de
meia tigela. Que não alcança 30 pessoas com o seu blog principal. “Landlady”
uma vez mais. Acho que vou me aventurar dentro em breve. E voltar a me dizer
aqui in a diferent mood.
23h40. Estou de volta num mood diferente e ele pede
Björk. “Utopia”.
23h41. Coloquei para rolar. Sem sair da cadeira, pelo meu
computador, eu coloco o disco que imaginar que ele toca no som. É uma
tecnologia fenomenal. Ou conjunto de tecnologias, há o som, há o bluetooth, há
o computador, há o Spotify, há a internet e, agora, há Björk. Estou pensando em
botar o “Bastards” depois de “Arisen My Senses”, vamos ver, acho que vou seguir
no “Utopia”
23h44. Em verdade, a minha vontade é não escutar nada. Só o
silêncio. Faz tempo que não fico no mais completo silêncio, dias. Isso é meio
estranho. Ouço música o dia inteiro, “O Songs of Experience” initerruptamente,
em modo contínuo do Spotify e só faço abaixar o som quando for dormir. Continua
tocando, com barulho até quando durmo. Ou seja, não vou deixar o som ligado
aqui hoje à noite.
23h48. Tirei a bateria do computador, o indicador de bateria
simplesmente sumiu da barra de aplicativos do Windows. Afora isso, é uma
interface muito bem bolada, na tentativa e erro. Ou nos acostumamos tanto a ela
que não conseguimos pensar ainda em tecnologia melhor, Só faria maior o botão
para visualizar a tela do Windows que acho muito pequeno. Muito fino, digo. É
uma coisa maravilhosa eu estar escrevendo meu texto através dessa fantástica
invenção que é o mundo cibernético. Estou conectado o tempo todo à internet.
Tenho essa maravilhosa máquina de escrever sob meu controle. É fantástico.
Ficar a papel e caneta é muito chato. Eu passei muito tempo com eles, tenho 41,
oras, fui ter computador para fazer o que queria à época, mexer no Corel Draw, só
na faculdade. Graças a Deus, essa eu fico te devendo, Mestre de todos os
Mestres, ou Mestra, afinal não há sexo para Deus, que as agências que eu
trabalhei só usavam Corel. Não conseguiria me aclimatar ao Illustrator nem a
pau. Na última, eu era um dinossauro, o único a usar o limitado Corel frente ao
libertador Illustrator. Não conseguiria. Até no Corel sou devagar. Mas ao Corel
estou acostumado, deixe-me estar nele. Será que estou numa fase de mania por
conta desse livro? Me parece. Com essa obsessão toda. Vixe, não queria nem me
lembrar da porra de livro, queria dar um tempo nisso. Mas sobre o que pensar.
Nas maravilhas da civilização. Eu comprei novamente pelo computador-internet (ciberneticamente)
um busto do Hulk nos Estados Unidos, mandei enviar ao Brasil e ele chegou na
minha casa. Veja.
0h05. É em tamanho real. E eu o amo meu Hulk. Me movi agora
e me deu fome. Acho que vou comer e tomar banho.
0h28. Tracei a paella com Ruffles cebola e salsa. Não me
contive, abri a nova Coca e coloquei um copo. Espero que essa paella me sacie.
Vou só comer um Grego de frutas vermelhas. Uma das delícias da existência. Acho
que vou agora, quero que a Coca renda.
0h51. Comi dos Gregos de frutas vermelhas, uma nova paixão,
Ovolmaltine, velhos conhecidos. E alguns pães com castanha com maionese Hemmer
sabor tomates secos e um fio de mel, achei a mistura massa. Vou fumar um
cigarro.
1h00. Voltei e passaram-se várias coisas na minha cabeça,
mas não me fixei em nenhuma, só na viagem à Alemanha que mamãe ainda não contou
a minha irmã que talvez não vá, acho que só vai fazer isso com o parecer de
outro médico. A quem deve perguntar se tem condições de viajar. Sei lá do que
vai ser e do que se passa na cabeça de mamãe, em verdade. Acabou-se o último copo
de Coca. Vou tomar banho, acabei de lembrar.
1h18. Voltei do banho e quero que essa coisa de livro se
dane no momento. Agora me preparo para dormir, mas, invés do silêncio vou ouvir
Utopia de Björk.
-x-x-x-x-
10h51. Acabo de acordar, Tico e Teco ainda não se
entenderam. Tomei uma Coca, mamãe disse que tem café, atacarei esse último para
ver se me desperto mais rápida e completamente. Continuo mais relaxado em
relação a Raimundo Carrero. Penso em eliminar partes do Anexo I do livro. Acho
que esse post já está longo demais. Vou terminá-lo por aqui, pois tenho esse e
mais outro para revisar. O outro acho que vai para o Profeta, meu blog
principal. Se você quiser acessá-lo o endereço é: https://jornaldoprofeta.blogspot.com.br/


